sexta-feira, 16 de maio de 2008

IMPÉRIO QUINTO



O Grande Mito Nacional

Há uma espécie de propaganda com que se pode levantar o moral de uma nação - a construção ou renovação e a difusão consequente e multímoda de um grande mito nacional. De instinto, a humanidade odeia a verdade, porque sabe, com o mesmo instinto, que não há verdade, ou que a verdade é inatingível. O mundo conduz-se por mentiras; quem quiser despertá-lo ou conduzi-lo terá que mentir-lhe delirantemente, e fá-lo-á com tanto mais êxito quanto mais mentir a si mesmo e se compenetrar da verdade da mentira que criou. Temos, felizmente, o mito sebastianista, com raízes profundas no passado e na alma portuguesa. Nosso trabalho é pois mais fácil; não temos que criar um mito, senão que renová-lo. Comecemos por nos embebedar desse sonho, por o integrar em nós, por o incarnar. Feito isso, por cada um de nós independentemente e a sós consigo, o sonho se derramará sem esforço em tudo que dissermos ou escrevermos, e a atmosfera estará criada, em que todos os outros, como nós, o respirem. Então se dará na alma da nação o fenómeno imprevisível de onde nascerão as Novas Descobertas, a Criação do Mundo Novo, o Quinto Império. Terá regressado El-Rei D. Sebastião.
Fernando Pessoa, in 'Resposta do Inquérito «Portugal, Vasto Império»'

terça-feira, 13 de maio de 2008

SALVE REGINA

Salve, Regina, Mater misericordiæ, vita, dulcedo et spes nostra salve!
Ad te clamamus, exsules filii Evæ.
Ad te suspiramus gementes et flentesin hac lacrimarum valle.
Eia ergo, advocata nostra, illos tuos misericordes oculos ad nos converte.
Et Jesum, benedictum fructum ventris tui,nobis post hoc exsilium, ostende.
O clemens, o pia, o dulcisVirgo Maria!
Ora pro nobis, sancta Dei Genitrix, ut digni efficiamur promissionibus Christi.
Amen.