terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

ENCANTAMENTO



Quantas vezes,
ficava a olhar, a olhar
A tua doce e angélica Figura,
Esquecido, embebido num luar,
Num enlevo perfeito e graça pura!
E á força de sorrir, de me encantar,
Diante de ti, mimosa Criatura,
Suavemente sentia-me apagar...
E eu era sombra apenas e ternura.
Que inocência! que aurora! que alegria!
Tua figura de Anjo radiava!
Sob os teus pés a terra florescia,
E até meu próprio espírito cantava!
Nessas horas divinas, quem diria
A sorte que já Deus te destinava!
Teixeira de Pascoaes