quarta-feira, 10 de março de 2010

Quietude





O porquê de não mergulhar
no rio...
Sentados, na margem,
sob a sombra da árvore
só contemplando, sentados

O medo do gesto
do desconhecido, do oculto
daquilo que está para além
de isto tudo
para lá só existe
aquilo que conhecem
os que mergulham
em suas águas
a coragem
que em nós fenece.

De quem olha para a
porta
com coragem,
vencendo o medo,
a abre, mergulha
na penumbra.

Atrás de si
ela se fecha
Ocultando seus segredos
em silêncio
as águas em breu
guardam
o segredo

Para quem permanece
fica um silêncio
sentado...
definhando, morrendo
aguardando o impulso último...
impulso que nunca chega!

Uma porta
um medo sentado
e o silêncio
de uma desafiadora porta
imóvel
no ar
só se ouve
silêncio!

[ eu por mim permaneço sentado ]



em resposta ao josé luís peixoto

N:d:N:s:d: