quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

á r v o r e



habitam no seu peito
medonhas criaturas que
lhe devoram as entranhas
são como máquinas
inquietas e estridentes

angustiado

crava as unhas no peito
abre-o com ardor
de lá uma pequena árvore sai
suas pequenas raízes
logo se apressam a agarrar
a terra macia
ele alimenta-a depois
ali sentado regando-a sempre
sempre que sente seus lábios secarem

tempo passa

depressa se torna uma árvore
uma árvore como já teve
frondosa e carregada de frutos
agora paciente resta-lhe esperar
esperar por Ela
que venha colher
os frutos renovados

bruno m. b. rodrigues