sábado, 15 de dezembro de 2007

A CABALA

A CABALA


Ao longo de sua existência, o povo judeu sofreu repetidos exílios e perseguições, cativeiros no Egipto e na Babilónia até sua execução em massa na Alemanha nazista, a sua expulsão da Espanha e da Inglaterra, etc. Mas sempre se mantiveram unidos como um povo, mantendo intactas a sua língua e a sua cultura, para isso, valiam-se da Cabala.
A Cabala é o nome dado ao movimento esotérico e místico dentro do judaísmo, as suas práticas e os seus ensinamentos. A Cabala é a sabedoria recebida e a tradição do conhecimento místico, que se acredita provir de Deus.

A palavra Cabala vem de uma raiz hebraica KBL, ou receber, e surgiu no primeiro século depois de Cristo. Os seus livros mais importantes são o Livro da Formação, o Livro da Luz e o Zohar.
A correcta interpretação desses textos revelaria o mapa a ser trilhado pelas almas para percorrer esse caminho de volta ao seu Criador.
Acredita-se que de acordo com a tradição, os místerios da Cabala foram inicialmente revelados por Deus aos Anjos,e estes transmitiram aos homens, primeiro a Adão e, depois Noé.
É através da numerologia, que se vale dos algarismos de 1 a 9, que muitas revelações da Cabala vão surgindo aos olhos do iniciado e dos poucos que tem o privilégio de compreenderem suas mensagens ocultas.
Para descobrirem os nomes dos Príncipes e dos Anjos de cada uma das falanges, os cabalistas partiram de um número inicial, o 72, que nada mais é que o resultado da inscrição do nome de Deus, Ieve ou Jehovah, dentro de um triângulo considerado sagrado e chamado de Tetragramaton, com a seguinte configuração:

I
I E
I E V
I E V E

Nesse triângulo, o I equivale a 10, porque corresponde a YOD, décimo caracter do alfabeto hebraico, que simboliza tempo, espaço, ciclos de existência, tudo que nasce, cresce, se reproduz e desaparece. O E equivale a HE, equivalente a 5, significando a dualidade do ser diante da natureza e do universo. O V corresponde a VAU, equivalente a 6, simbolizando a presença do espírito. Aplicando isso às letras do Tetragramaton, temos:

10
10 + 5
10 + 5 + 6
10 + 5 + 6 + 5

Efectuando-se essa soma, obtém-se o 72, que foi a base inicial para a descoberta dos nomes dos Anjos. Esse número aparece, também, em passagens bíblicas. 72 nações e línguas originaram-se da intervenção de Deus na Torre de Babel. Em todas essas línguas, o nome de Deus sempre foi escrito com 4 letras. Eram 72 os anciãos das sinagogas e são 72 também o número de quinários, graus ou dias, do ano cabalístico, que se inicia em 20 de março, no signo de Áries.
A Cabala divide o universo em quatro mundos separados, mas inter-relacionados:

ISAÍAS 43: (7 a 9)

“... todos aqueles que trazem o Meu nome,” - ATZILUTH.
“aos que criei para a Minha glória,” – BERI`AH
“aos que fiz e formei.” - YETZIRAH
“ Fazei comparecer o povo cego apesar de ter olhos, e os surdos apesar de ter ouvidos! Juntem-se todas as nações e reunam-se os povos.” - ASSIYYAH



ATZILUTH (o mais elevado dos quatro mundos ) – Representa a vontade divina e perfeita. É o reino da glória de Deus, que penetra nos outros três mundos e oferece a possibilidade de nos aproximarmos da bondade e luz perfeitas, de Deus. Significa Proximidade ou Emanação.

BERI`AH - Representa o mundo da criação . Este mundo não é só a vontade Divina, de dar origem a todo o mundo material mas, também de dar origem aos contrários ( bem–mal, luz - trevas, ect..). É deste mundo que surge a criação do livre arbítrio, porque é dado ao homem a capacidade de criar uma ideia e concretiza-la, sendo a vontade pessoal independente da vontade divina. Significa criação.

YETZIRAH – Representa a formação. Este 3º mundo expressa não só passagem da ideia há forma, mas também a responsabilidade dos actos. Ex: Adão é transformado em dois seres distintos Adão e Eva e Adão e Eva tem possibilidade de obedecer ou não há vontade divina.

ASSIYYAH - Representa o mundo terreno e a reparação.
É a possibilidade de usar o livre arbítrio, reparar os nossos actos e de ajudar os outros no mesmo sentido, e assim escalar a ÁRVORE DA VIDA.


Estes quatro mundos representam a Árvore da Vida, são o caminho a percorrer para encontrar a paz interior.
Se somos uma semente com todas as suas grandes potencialidades – ASSIYYAH - podemos vir a ser árvores grandes e fortes, aproximando-nos da luz e gloria Divina –ATZILUTH.

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